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Fortaleza, CE, Brazil
Isto não é um blog de moda, são apenas pensamentos de uma Publicitária que gosta de moda.
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segunda-feira, 31 de maio de 2010

De musical e drama, toda vida tem um pouco

Devo confessar que ainda estou aprendendo a mexer nesse negócio. Não me repreendam, por favor! Rs.

Estou a postar alguns vídeos de cenas de alguns dos meus filmes favoritos - sim, que me desculpem os outros gêneros, mas dramas, musicais e romances são fundamentais, pelo menos na minha vida, que, sem querer (será?), insiste em se inspirar neles.


Um lugar chamado Notting Hill - 1999



Peixe Grande e suas histórias maravilhosas - 2003



Antes do Pôr-do-Sol - 2004



Duets - 2000



Dirty Dancing 2 - Havana Nights - 2004

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Bastidores do apto 6005

Bastidores do apto 6005

Andando pelo corredor, bebendo água e admirando a Av. Aguanambi vazia do 6º andar de um hospital...a madrugada para mim é mesmo sempre inspiradora.

Com a certeza de que passei no exame de coração - mais especificamente, de epilepsia - é que contarei a loucura que foi o dia de hoje - um dos dias mais complicados e difíceis da minha vida. Mas também um dos dias mais felizes e gratificantes para meu crescimento como ser humano.

Enfim saberia o dia que entraria na faca - não aguento mais esperar! E também acompanharia o procedimento cirúrgico da minha mãe. O dia já se inicia muito bem, obrigada - depois de recebida a minha guia de internação, quando fui autorizar o exame (burocracia²), descubro que agora teria que ir ao outro posto do meu digníssimo plano de saúde para fazer isto (burocracia³), para daí voltar para este lugar que cá ainda estou para reservar o tão esperado dia da alegria (burocracia³³³³³). FODA-SE! Tinha que cuidar da minha mãe. Sei que também é considerado meio que uma banalidade, que eles não tem obrigação de oferecer isso, e blá blá blá, mas...PORRA, aqui também não tem acesso a internet wireless? "Caralho... que plano de saúde de MERDA!", não pensei, indaguei mesmo. Ganhei um "sua destrambelhada" do meu pai.

Crítica nº 50: pedem para a gente chegar não sei quantas horas antes da prevista para a internação. Aí ficamos jogados, aos porcos na recepção. Como não adquiri meu sangue quente de chocadeira, eis que minha mãe, inconformada com nossa situação e com a de outros pacientes, resolve dar sua contribuição aos barracos de hoje. E digo mais! Se não fosse sua opinião ali, desesperada, acho que ainda estaríamos esperando até agora - são exatamente, 1:30 da manhã do dia 27 de maio de 2010.

Durante nossa longa espera, ouvimos casos surreais comparados com o nosso, com o que a gente é acostumado a lidar no nosso dia-a-dia. Ao mesmo tempo que me sentia tão distante daquela realidade, tava ali, tão perto daquelas pessoas. Contarei dois.

O primeiro era de uma pobre mãe que vinha frequentemente de Russas para Fortaleza fazer uma série de tratamentos no seu filho. Depois de ter 7 abortos espontâneos (!), ela conseguiu "segurar" aquele frágil menininho que ainda nasceu com problemas. Tinha um tumor no cérebro, e não poderia em hipótese alguma operá-lo para retirar. Ainda com sintomas anestésicos, ele pedia o relógio para a mãe, que tentava trazê-lo novamente para a realidade com uma bala Pipper.

O outro caso eu morri de rir. Uma senhora com uma bebezinha linda, de 1 aninho. Estavam ali porque a criança tinha tomado a vacina horrorosa da H1N1 e sofreu grandes efeitos colaterais: simplesmente não estava conseguindo mais andar, acreditam? Chocada. Mas a parte engraçada fica por conta de como esta mulher concebeu a menininha. Tinha 3 meses de gravidez e não sabia, "tomando remédio e usando camisinha, não era possível!", dizia. Fiquei tão impressionada com a fertilidade desta mulher que ela já tinha históricos de gravidezes assim, "suuuper prevenidas", de gêmeos, trigêmeos...a da Ana Carolina era de gêmeos, mas ao sofrer um aborto espontâneo, o menino não quis vir ao mundo. E a Carolzinha...ah, Carolzinha danada! A mãe contando que a menina com 8 meses "deu um mortal" e caiu do berço, saiu rolando pelas escadas e quebrou o nariz - "ou eu deixava ela quebrar o nariz ou eu não terminaria de lavar os pratos!", e Carolzinha tava lá, alegre, sorridente, e morrendo de fome, querendo comer um pedaço da mesa da recepção.

Agora vem o motivo do título: ficamos no sexto andar, apto 6005. A espera é tão fatídica e nervosa, impressionante. Eu e minha mãe, com os nervos já saindo do corpo. Ah, vai, vou cochilar um pouco - havia dormido apenas 2 horas de anteontem para ontem. Quando de repente, o maqueiro! Parecendo apresentador de programa. "BOA TARDE!!! Vamos lá?" Vamos, né. Tinha outro jeito?

As horas que viriam a seguir seriam terrívelmente nervosas. Não sei sinceramente o que é o pior: você estar ali, sendo operada, ou estar lá fora, aguardando notícias. Como eu já havia passado pela mesma cirurgia há 4 anos atrás, sabia que em uma hora e meia pelo menos, minha mãe estaria na sala de recuperação. Eram 2 da tarde quando ela entrou na sala. "Deus te abençoe, minha filha". E Deus fique com você, mamãe.

Enquanto aguardava, sem querer fiquei servindo de colo para uns - e querendo me aproveitar do colo de outros. Ouvi algumas histórias, contei as minhas. Conheci uma moça cuja mãe estava na UTI há 2 semanas, com problemas no coração. Tal moça há um tempo atrás havia sido diagnosticada com CA, na tireóide. Fez quimioterapia, perdeu os cabelos. E hoje estava ali, feliz da vida, falante e super cabeluda. Concluí que Deus realmente ajuda o ser humano nos momentos de dor, pois ali era um exemplo de força e superação. Força esta que ainda era dada para suportar estar ali, aguardando pela saúde da mãe.

Outra coisa também super importante que percebi é que ali estávamos em um profundo trabalho de troca, e essa gentileza, ao mesmo tempo que tava naquele nervoso, me causava uma profunda sensação de esperança e otimismo em relação às nossas vidas. Fiquei com uma felicidade inexplicável ao ouvir um "Obrigada" de uma paciente de cadeira de rodas, ao ajudá-la a chamar o elevador.

No ambiente em que estava, constituia-se basicamente de três cenários: a janelinha do centro cirúrgico, onde vez por outra vinha alguém gritando feito "Pamonha, pamonha!", e perguntava pelo "Acompanhante do paciente Fulano! Ele já está na recuperação!"; a própria sala de recuperação, na qual nosso acesso restringia-se por um interfone - que a cada 15 minutos eu apertava, incessantemente. Porra, cadê minha mãe? - e as longas salas de espera, nas quais eu sentava, transitava, assistia TV, chorava, falava ao celular...tenso.

Deus e o mundo me ligava para saber como estávamos; claro que meu pai, a cada 5 minutos. Eu até tentava equilibrar minha emoção, só que, como estão lendo, muitos fatores não contribuiam para isto; meu pai também não foi exceção. Eu parecia que estava numa competição: ia até a janelinha, batia mãozinhas com os enfermeiros e partia correndo para o interfone, onde terminava o circuito com os outros. Muitas informações desencontradas, e já fazia 3 horas que minha mãe tava lá dentro. Ai, meu Deus! "Paaai, chega looogo!"

O pior de tudo foi quando depois de meia hora que a enfermeira da janelinha disse que minha mãe já estava na sala de recuperação, fui nesta última para saber se ela já tinha acordado. "Não, aqui não tem nenhuma paciente com este nome!" O quêêêê? Eu fiquei a mais louca desse planeta. Meu Deus, já era de noite e cadê minha mãe no fim das contas? Foi quando a mesma voltou rapidamente, dizendo que ela estava lá, "era porque tava no último leito, e não a vi, desculpa!". Minha vontade de matá-la só passou mesmo depois que falei com o próprio médico cirurgião na janelinha. Falei que, se eles tivessem feito um complô para me matar ali, que tivessem me avisado antes. Não sei brincar disso!

Ah, depois foi só alegria. Meu pai, tia e mais visitas já nos aguardavam no 6005. Tô aqui passando a noite em claro cuidando dela. Tá aqui puta de raiva porque não pode se mexer, hauhauahua. E, na verdade, correu tudo na mais absoluta normalidade. Eu passando pelos corredores, o povo tudo falando comigo. Fiquei conhecida no hospital inteiro. Por que será mesmo, hein?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Meu All Star vermelho e a inclusão social

Eis que numa madrugada de sexta para sábado cá estou eu aqui, compartilhando pensamentos. Às vésperas de um show do Nando Reis aqui em Fortaleza, estive a fazer reflexões sobre o título de uma de minhas músicas preferidas sua, All Star. A letra da música em si não está me chamando atenção agora. Talvez em um momento mais próximo, mais romancista - assim espero!

Na minha adolescência, poderia roubar minha mochila, meus livros - não queria saber de estudar mesmo - e minha vida, até. Mas deixe o meu All Star vermelho! Era o mais surrado e ainda 2 dedos menor que o número do meu pé - sim, meu tesão por um All Star vermelho era tanto que, após rodar todo o Centro da cidade e achá-lo apenas em uma loja, decidi levar o número 35. E minha alegria e satisfação de me sentir aceita naquilo que chamava-se sociedade era muitíssimo maior que toda a dor dos meus dedinhos apertados! Começava então a minha jornada na inclusão social, de acordo com a tribo que eu queria pertencer. No caso em questão, queria fazer parte dos loucoskatistasroqueirospopulareseamados. Hoje essa tribo está numa versão um tanto andrógena, vai entender...

No meu colégio, que na teoria era considerado tradicional, só podia usar tênis branco, preto, ou azul. E, da minha personalidade de aborrecente difícil, quanto mais eu radicalizasse e fizesse polêmica, melhor (é difícil admitir mas, ainda carrego resquícios desta característica nos meus dias atuais. E para sempre. Há coisas que nunca irão mudar, não é mesmo?). Achava o máximo entrar desfilando no colégio com aquele par de símbolos de status de "eu sou diferente", ir parar na coordenação, levar advertência e aparecer no dia seguinte com uma assinatura falsificada da minha mãe - nunca soube fazer a do meu pai direito, droga!

Lembro desses episódios com orgulho. Hoje estudei e me formei em uma área em que posso entender e explicar que a inclusão social - e nos dias atuais, a digital - que, à primeira instância pode parecer um monte de besteira sem sentido e personalidade - é uma das maiores buscas do ser humano. Será que somente eu se sente pressionada pela velocidade das informações? Se sente fora de moda sem aquela roupa da fulaninha da novela? Mais feia porque não uso aquele cosmético milagroso? Isso é interessante também para levantar reflexões sobre àqueles que dizem seguir um estilo próprio. Será mesmo que você é único no mundo, baby?

E por falar em seguir, enquanto escrevo aqui, estou perdendo o que está rolando no Twitter. Beijos, #partiu!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Mudanças do Outono

Resolvi, depois de quase um mês da existência deste endereço eletrônico e, para não mais fazer jus ao seu nome, contar um pouco sobre minha vida.

Como todos os próximos - e os não tão próximos assim - sabem, desde o começo deste ano estou passando por períodos de intensas transformações. Normalmente o que se vê por aí são mudanças em um setor de nossa vida de cada vez. Já comigo, foi tudo ao mesmo tempo, e tive que saber como lidar com isso.

Então, para não pirar de vez, resolvi viver. Sim, mais do que eu já vivo e mais do que eu sempre vivi. Sou conhecida - e por que não admirada? - pelo modo como levo minha vida e vejo seus acontecimentos. E, com tudo isso, estou ganhando duas coisas que jamais parei por um só instante de minha vida para valorizá-las: tempo, e com ele, a paciência. Paciência para esperar, ou para não esperar mesmo; esperar resultados, esperar consultas, e não esperar demais das pessoas. Paciência para ouvir, para compreender, para AMADURECER.

Com experiência pouca para ainda quem está engatinhando e que sempre quis abraçar o mundo com as pernas, eu lhes digo: a vida ENSINA. E você, seja um bom aluno e fique atento com as lições e ensinamentos que Deus está lhe propondo. Uma espécie de teste, ou "Por que isso só acontece comigo?" Clichê, de tão normal que é.

E, para quem me conhece e sabe como sou, eu continuo a mesma de sempre. Só que mudei, pra melhor. Por mais que as dificuldades estejam aí na minha e nas suas vidas, respiraremos fundo e diremos: "Vida, seja bem-vinda, agora serei um verdadeiro adulto e encararei tudo de frente", até porque a idade já bateu à minha porta.

Obviamente, não sigo esta última frase ao pé da letra. Enquanto as coisas não se encaixarem do jeito que elas devem estar, as fugas serão corriqueiras - e levarei todas essas experiências vividas dentro do meu leque das boas lembranças.

Já minha emoção, no entanto, ela sempre irá existir. Às vezes poderei fazer de tudo para não demonstrá-la, mas no fundo ela ficará guardada ali, juntamente com a minha essência.


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